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Guia completo sobre Pratos de Bateria – Parte I

Esse artigo é pra você que é como eu (e como a maioria dos apaixonados por bateria que conheço) e gosta de ir sempre além, não se contentando em apenas tocar. Para nós, não é suficiente passar o dia todo praticando aqueles exercícios que dão nó na nossa cabeça e literalmente “nos arrancam o couro”.

Nós gostamos de ir além. Entender porque as coisas são e como são. Quem disse e quando disse. Esse é o objetivo do Clube do Baterista. Trazer pra você conteúdo relevante, que agregue em conhecimento acerca do seu instrumento.

Norteados por esta paixão, hoje começamos uma série de artigos onde vamos aprender sobre os nossos chodós. Os nossos queridos pratos. Neste primeiro artigo falaremos sobre a origem, anatomia e o som.

 

Origem

Os primeiros pratos que temos conhecimento datam de aproximadamente 2 mil anos antes de Cristo, no Oriente. Eles surgiram praticamente junto com a Idade do Bronze, e serviam mais como um instrumento de guerra para intimidar os inimigos do que como um instrumento musical.

Já os pratos que estamos habituados hoje em dia surgiram aproximadamente no século XVII depois de Cristo na região da Anatólia (hoje conhecida como Turquia). No século XI a China também desenvolveu uma tecnologia própria para fabricação de seus gongos e pratos. Também para uso como arma.

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Prato grego datado de 500 a.C.

 

 

Metais

Atualmente, as ligas metálicas mais utilizadas na fabricação de pratos são o bronze e o latão.

A proporção de cada metal nas ligas influencia diretamente no som devido ao modo como ele vai reagir quando tocado pelas baquetas. As ligas metálicas mais “macias” tendem a vibrar menos e com uma menor intensidade. Já as ligas mais “duras” terão um som mais brilhante e intenso por que vibram mais.

 

Latão

A composição básica do latão é de cobre e zinco. É comum que diferentes fabricantes utilizem diferentes proporções de cada metal e ainda misturem outros tipos de metais em suas “fórmulas”.

Os pratos fabricados em latão tendem a ser mais baratos pois os metais utilizados em sua mistura são mais baratos. Estes tem por características também ser mais “moles ou macios”, logo, estes pratos tem um som mais pobre.

Os pratos de latão são bem mais simples e geralmente são aqueles que acompanham as baterias para iniciantes.

 

Bronze

A composição do bronze basicamente é formada por cobre e estanho.  É a proporção de estanho que vai determinar o “padrão” da liga nos pratos fabricados com ligas baseadas em bronze.

As classes mais conhecidas e comuns de pratos em bronze são as B8 e B20. Também seguidas pelas B10 apesar desta não ser tão popular. Quanto maior for a proporção de estanho nos pratos tende a ser mais trabalhoso o processo de fabricação. Por esse motivo não vemos pratos com proporção de estanho maior que 20%.

O número que segue a letra B representa a quantidade de estanho adicionada à liga. Logo, temos:

  • Ligas em B8 contém 8% de estanho;
  • Ligas em B10 contém 10% de estanho;
  • Ligas em B20 contém 20% de estanho;

Assim como nos pratos produzidos em latão, alguns fabricantes tendem a adicionar o seu próprio “ingrediente especial” em pequenas quantidades às suas ligas como a prata por exemplo, servindo como catalisadores.

Como já falamos as proporções de cada metal influenciam diretamente no som dos pratos e o mesmo ocorre com a proporção de estanho.

 

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B8

Os pratos fabricados em liga B8 geralmente são os mais baratos, as linhas de entrada das marcas. Os seus custos de fabricação são menores, bem como a matéria prima.

Como tem uma quantidade menor de estanho, estes pratos tendem a ter um som mais agudo que os de liga B20, por exemplo.

 

B10

Pratos em liga B10 não são utilizados por todos os fabricantes mas tem seu valor. A liga B10 proporciona um som mais sensível e com nuances sonoras mais difíceis de se extrair da liga B8 quando o baterista busca sons mais controlados e com melhor custo x benefício.

 

B20

A liga B20 é a favorita dos fabricantes para suas séries de pratos “top”. Isso porque ela possibilita boa resposta ao martelamento manual e o resultado é um som mais exclusivo, visto que o artesão pode explorar mais os recursos que o metal lhe dá. Ele consegue alcançar uma maior amplitude de frequências, ir a pontos mais graves, mais agudos, buscar um equilíbrio.

Neste artigo você encontra uma série de vídeos muito legal mostrando os passos da fabricação de pratos, seus estágios, ferramentas e muito mais (clique e confira).

A liga B20 também é mais elástica, e isso é muito bom por que permite maior resistência às pancadas que nossos pratos sofrem ao longo da vida.

Mas nem tudo são flores. A liga B20 é mais cara, por isso quando você pesquisa por pratos de padrão mais elevado eles custam tão caro. Justamente porque o processo de fabricação é mais trabalhoso.

 

 

Anatomia

Outro aspecto importante a observarmos em relação aos pratos é a anatomia, ou seja, as características de formato do prato e como isso influencia no som.

As partes principais dos pratos de bateria são: cúpula, corpo e borda.

Anatomia de um prato de bateria

 

Cúpula

A cúpula é a parte mais arredondada ou oval no centro do prato, ao redor do buraco que usamos para colocar na estante. Geralmente usamos mais a cúpula do prato quando estamos conduzindo a música no Ride e buscamos notas acentuadas.

Corpo

O corpo é a superfície maior e mais extensa do prato, onde nós tendemos a tocar mais, (principalmente nos pratos de condução).

Borda

A borda do prato é a região periférica, que o circunda, como o próprio nome diz, na borda do prato. Nós costumamos atingir mais as bordas nos pratos de ataque e de efeito como os pratos crash, china e splash, por exemplo.

 

O som

Como já falamos, as características de som de cada prato como, timbre, volume e sustain serão sempre influenciadas pelo tipo de metal utilizado, pela sua anatomia (se cúpula é maior ou menor, se o prato é mais fino ou mais grosso) e pelo tipo de acabamento.

Sabemos também que o estado de conservação do prato vai fazer diferença no seu som, tanto quanto na sua durabilidade. Após passar por oxidação, trincas ou rachaduras estas características sonoras podem se perder ou mudar drasticamente.

No artigo 5 dicas para a conservação dos seus pratos você vai encontrar sugestões para te ajudar a proteger seu equipamento e preservar seu som por muito mais tempo.

 

Quando atingimos os pratos com as baquetas, ocorre uma deformação quase que instantânea, resultando em uma série de ondas que se propagam por toda a superfície. Isso faz com que o ar que está ao redor do prato vibre gerando uma ressonância, o que gera o som do prato.

O vídeo abaixo vai te dar uma boa noção do que acontece com os pratos. Ele mostra em super câmera lenta como o choque entre a baqueta e o metal fazem estas ondas se propagarem e gerarem o som.

 

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Curtiu?

Este artigo terá uma continuação bem legal onde vamos falar dos principais pratos que usamos em nossos kits, tipos de acabamento, processos de fabricação e muito mais.

Se você gostou, por favor, compartilhe esse material com seus amigos e vamos continuar o assunto nos comentários.

Envie suas dúvidas e diga o que acha que faltou para este artigo ficar ainda melhor e nos ajude a trazer cada vez mais um conteúdo de qualidade pra comunidade de bateristas do Brasil.

Grande abraço e até o próximo artigo.

 

1000 play alongs de bateria

 

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7 Comentários
  1. 14 de janeiro de 2018
    • 14 de janeiro de 2018
  2. 29 de dezembro de 2017
  3. 17 de julho de 2017
    • 17 de julho de 2017
  4. 14 de julho de 2016
    • 27 de julho de 2016

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