Tenta repetir essas viradas super velozes dos bateristas gringos? Esperando impacientemente o dia para te exibir na frente dos amigos, com mil e uma notas por segundo?
Legal, nada contra. Mas não te esquece de uma coisa muito importante:
Ser super rápido nas viradas não significa necessariamente tocar bem e impressionar aos teus amigos bateristas não significa necessariamente que teus companheiros de banda gostam de tocar contigo.
Pratica a tua musicalidade. Escuta muita música, dos mais variados estilos possíveis. Escuta aos bateristas, nessas músicas, mas escuta também aos baixistas, aos guitarristas, aos cantores, pianistas, flautistas e trompetistas.
Tenta entender as razões pelas quais tu gosta ou não gosta dos arranjos das músicas que tu escuta. Tenta entender por que os bateristas dessas músicas tocaram de determinadas maneiras.
Se puder, toca outros instrumentos também. Aprende algo, nem que seja o básico, de algum outro instrumento. Algo que te permita fazer jams, tocando junto com outra pessoa na bateria.
Isso vai te ajudar bastante a perceber teus próprios erros e qualidades, já que é uma boa maneira de perceber as sensações de outros músicos quando tocam contigo. Tu vai entender a importância de ter um bom tempo, não acelerar nem diminuir a velocidade no meio das músicas.
Vai aprender que o groove, a levada, é muito mais importante que as viradas. E vai perceber que conseguir fazer um groove funcionar com uma banda inteira pode ser, muitas vezes, mais difícil que tocar aquela virada de 890 notas a 320 BPM. E que o prazer de conseguir esse objetivo, o do groove, é bastante maior, pois é uma conquista coletiva, tua e dos teus companheiros.
É voltar ao básico: a fazer música.

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E se a gente se preocupasse em fazer música?,
Ótima perspectiva! Eduardo sempre claro e incisivo, mandou muito bem. É extremamente exaustivo ouvir uma música praticamente sem levada, em que o principal são as malditas gospel chops (bacanas quando bem aplicadas). Uma melodia estruturada sobre um groove sólido é muito mais prazerosa. Bom saber que tem bastante gente que enxerga o excesso de viradas como espalhafatoso.
Infelizmente nem todos os músicos veem dessa maneira! o mal do musico é isso, achar que tá fazendo bonito para os outros, seja o instrumento que for, mas ele não sabe que está sendo ridículo! tocar um instrumento é uma arte, vc tem que saber tirar um som agradável que todos gostem, e não fazer barulho!
Sou baterista com 30 anos de experiência, nem por isso me acho o melhor, faço o meu melhor dentro do que eu aprendi nesses anos todos! tem aqueles invejosos que sempre criticam ou os que te elogiam, nem sempre agradamos à todos nessa vida não é mesmo!!!
Cada musico tem seus próprios objetivos.
Acho válido que o cara se preocupe mais em dominar seu instrumento e fazer coisas super difíceis, se é isso o que o cara curte fazer. Mas é importante que quem tá começando entenda que esse tipo de objetivo não necessariamente vai te fazer trabalhar mais como músico.
Acho que a musicalidade tá ficando em segundo plano.
Um dos melhores textos que já li a respeito deste assunto. Parabéns!
Obrigado!
Texto muito bom, Eduardo.
É disso que os bateristas atuais precisam, saber respeitar o espaço que cada um possui na banda. Na maioria das vezes, o básico “brilha” mais do que as milhares de notas.
com certeza 🙂