Clube do Baterista

Ritmos do Norte. Como tocar Carimbó na Bateria

Ritmos do Norte. Como tocar Carimbó na Bateria

O Carimbó é um gênero musical de origem indígena e recebe fortes influências das culturas africana e portuguesa.

Sua nome em Tupi se refere ao tambor feito de tronco de árvore, chamado Curimbó, no qual “Curi” significa pau e “mbó” refere-se a oco ou furado. Basicamente, significa “pau oco que produz som”. Logo, a  música e a dança chamam-se Carimbó por inúmeras influências fonéticas de cada região paraense.

Segundo historiadores a dança surgiu nas tribos indígenas que tocavam o curimbó e dançavam para realizar rituais. No momento em que os escravos entraram em contato com essa dança, impuseram os seus movimentos com características africanas. Dessa forma, a dança passou a caracterizar-se por uma espécie de batuque.

Colonizadores portugueses também se sentiram atraídos pelo ritmo. Estes estimulavam essas manifestações e faziam questão de participar. Assim, acrescentaram também seus traços da expressão corporal característica das danças portuguesas.

Desse modo, o ritmo do carimbó foi evoluindo, se disseminando e tornou-se popular na região Norte, ou seja, a partir da fusão de culturas, surgiu a manifestação de criatividade artística, tornando-se atualmente tradição da identidade do povo paraense.

Os instrumentos musicais utilizados variam de acordo com cada grupo, porém, os instrumentos indispensáveis sâo o curimbó, as maracas e o banjo.

 

 

Se você nunca viu ou ouviu o carimbó, no vídeo abaixo poderá entender como é a sua aplicação.

 

Originalmente, o carimbó não é tocado com a bateria, no entanto, com algumas adaptações, podemos tocar alguns grooves utilizando bumbo, caixa e chimbal como na partitura apresentada abaixo.

 

 

Com o passar dos anos, a modernização e as diversas influências que a música sofre como um todo, o carimbó também tornou-se um gênero mais comercial, tendo o artista Pinduca como principal divulgador desta nova vertente.

Nesta “nova onda”, observamos o acréscimo de diversos instrumentos elétricos, tais como guitarra, contrabaixo e teclados, tocados em conjunto com os instrumentos musicais já utilizados no carimbó raiz.

 

 

Confira o vídeo abaixo e entenda melhor sobre esta variação do carimbó.

 

No Carimbó “comercial”, observa-se uma sonoridade mais encorpada, um som real de banda, onde o baterista tem a principal função de sustentar o groove.

Abaixo, temos um exemplo.

 

A região Norte, assim como outras regiões do Brasil, tem um grande acervo de diferentes ritmos e vertentes musicais oriundos de grupos indígenas, bem como de negros escravos e de colonizadores. Para nós bateristas que buscamos nos aprofundar no conhecimento do nosso instrumento, conhecer e entender os ritmos brasileiros pode nos levar a outro nível tanto em base teórica quanto em técnica.

Assim, deixo aqui uma pequena contribuição para a divulgação deste que talvez seja um dos poucos gêneros musicais do Norte conhecidos no Brasil. Logo logo eu volto com outro ritmo do Norte.

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Vamos fazer com que a música regional brasileira receba o reconhecimento que merece.

 

Este artigo foi enviado pelo baterista paraense Tiago Belém.

 

 

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